Quebra o cristal polido
neste meu peito de vidro.
Apaga dos meus sentidos
a imagem do teu sorriso...
E leva contigo a miragem,
o pó do meu castigo, o deserto
dos meus sonhos e o meu tempo perdido.
Derrama sobre ti a taça de vinho
do brinde não vivido, dos desejos
escondidos...
Lava tua alma com meu sangue
escorrido.
E veste o capuz
dos fingidos,
da soberba,
dos omissos
e prossegue em silêncio
no meu calar submisso
que se esvai com o passar tempo
deixando teus vestígios.
Leni Martins 12/08/08